A Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) apela à ação contra o desperdício de alimentos. A cultura da economia circular e desperdício zero é a protagonista de hoje, no Dia Internacional da Consciencialização para a Perda e Desperdício Alimentar.
Hoje, a situação é tão grave que uma das 169 metas dos ODS concentram-se em acabar com os produtos que estão em bom estado e que transformamos em lixo. Especificamente, o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 12 de produção e consumo sustentáveis, inclui na sua meta número três que, desta forma, reduzirá o desperdício de “alimentos nas cadeias de fabrico e distribuição, incluindo as perdas após a colheita. ” Os principais focos encontram-se nas empresas, no retalho e nos hábitos de compra tradicionais já consolidados na população mundial.
Com a missão de contribuir para o cumprimento da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU), a FAO destaca a necessidade da sociedade fazer uma gestão sensata. Porque no mundo, 1 em cada 9 pessoas passa fome e sofre de desnutrição. Enquanto os aterros são preenchidos com um terço de todos os alimentos produzidos globalmente. É, também, um fenómeno com graves consequências ambientais, devido à sobre exploração, ao esgotamento de terras agrícolas e ao desmatamento devido à expansão constante dos espaços de produção.
Além da influência negativa do uso de fertilizantes químicos e do alto consumo de água. No conjunto, o desperdício implica alterar um modelo impossível de assumir a curto prazo, que prejudica a diversidade biológica, aumentando o uso de energia com o consequente impacto nas alterações climáticas e no aquecimento global.
Diante destes desafios, as organizações do futuro devem mostrar o seu verdadeiro compromisso com as pessoas, para ajudar a cuidar e salvar o planeta. Uma gestão socialmente responsável é essencial. Para isso, a certificação é um aliado fundamental.
ODS
São uma grande oportunidade para as organizações demonstrarem a sua determinação em agir de acordo com a Agenda 2030 da ONU. No que se refere à obrigação ética de combate ao desperdício, a indústria alimentar deve estabelecer os seus procedimentos de acordo com os objetivos que preconizam o fim da pobreza, ambicionando o fim da fome zero, bem como a produção e o consumo responsáveis. Torná-lo extensível a ações que garantam o clima e a preservação da vida subaquática e dos ecossistemas terrestres.
ECONOMiA CIRCULAR
Propõe novas formas de produção, substituindo o sistema linear pelo circular, em que o uso de recursos é um de seus eixos centrais. Nesta área, o eco design entra em ação na execução de processos comprometidos com o meio ambiente, para a produção de bens de consumo mais sustentáveis. O que supõe grandes benefícios, porque diminui ostensivamente os custos.
RESÍDUOS ZERO
Em linha com a economia circular, propõe o prolongamento da vida útil dos recursos, minimizando os seus danos ambientais. Tem um impacto especial na redução da sobre exploração de recursos para o fabrico de produtos de todos os tipos. Limitando, assim, os efeitos prejudiciais da extração de recursos e processamento de resíduos. De acordo com a Fundação Let’s Do It da Estónia, a população mundial produz cerca de 2.700 milhões de toneladas de lixo por ano. Dados da FAO indicam que são gerados 1,3 bilhões de toneladas de alimentos em boas condições, o equivalente a um terço da produção mundial. Portanto, antes de deitar algo fora, é essencial pensar se pode ser reutilizado ou reciclado.
ISO 14001
Implementa a gestão ambiental em organizações de todos os sectores e dimensões. A certificação nesta norma destaca o trabalho para enfrentar as mudanças climáticas e reduzir o aquecimento global. Da mesma forma, dá especial ênfase à gestão adequada de resíduos e materiais perigosos. Esta norma pode unificar num sistema de gestão em conjunto com a ISO 45001 para a saúde e segurança e a ISO 9001 para a qualidade, entre outras. É, ainda, possível alinhar a sua estrutura à ISO 22000 de segurança alimentar.
RSC COVID-19
A promoção da responsabilidade social corporativa (RSC) é fundamental para que as organizações do futuro alcancem modelos sustentáveis. Da mesma forma, a situação de crise de saúde representa uma oportunidade e uma necessidade para que as organizações se comprometam com uma RSC que seja útil para retomar o crescimento económico mundial, sem descuidar do meio ambiente.
DESDE O CAMPO ATÉ À MESA
A União Europeia concebeu uma nova estratégia agroalimentar com a intenção de que, até 2030, todos os alimentos produzidos no território comunitário sejam sustentáveis, saudáveis e acessíveis. Esta ação é a pedra angular do Pacto Verde Europeu. Entre os seus diversos objetivos, procura proteger o meio ambiente, introduzir um desempenho justo na cadeia alimentar e fortalecer a agricultura orgânica.